Um cara exagerado, “amostrado”, que fala alto, fala besteira às vezes, é brincalhão e gosta de fazer rir. É assim que o luthier Rodrigo Mozan, de Fortaleza, se autodefine.
Luthier, músico, pedreiro, marceneiro, carpinteiro, um pouco mecânico e de tudo um pouco, ele lembra que a sua história com a música começou quando sua mãe pediu para ele fazer um curso de violão e depois ensiná-la. Até então, ele só foi porque ela pediu e não tinha interesse na música. Um mês depois, passou a tocar e decidiu ser luthier.
A habilidade com ferramentas foi herdada do seu pai, que era torneiro mecânico e gostava de criar, montar e desmontar coisas. Aos 12 anos, Rodrigo já arrumava os instrumentos musicais da galera, até surgir o sonho de ter uma guitarra. Nessa época, não tinha muita informação e o acesso à internet era bem restrito, mas já sonhava em fazer um curso de luthieria e conhecer mais desse universo.
Quando Rodrigo começou com a música, o negócio ficou sério. Ele queria viver de música e tocar na noite. Nunca teve um patrão na sua vida.
Mas nem tudo precisa ser tão sério assim. Em Fortaleza, formou uma banda divertida com paletós coloridos. Seu paletó era rosa choque, mas mesmo assim achou tudo muito normal e quieto. Foi aí que decidiu fazer guitarras em formatos diferentes, como em formato de coração, pé de pato, pica-pau e tábua de carne; um baixo em forma de placa “Pare”; um violão em forma de raio e etc.
As guitarras tomavam vida durante o show e Rodrigo acompanhava junto, dançando, cantando e deixando a galera tirar foto com as guitarras inusitadas. Em seus modelos, não há nenhuma restrição. Se é possível, ele coloca a mão na massa e foge dos padrões clássicos.
Quem faz um instrumento personalizado tem que ter a consciência que sempre precisa se readaptar e essa nova geração está bem empolgada e eclética. Porém, o mercado ainda precisa se desenvolver, pois os projetos são mais demorados e no Brasil inteiro ainda há muito espaço para melhorias. Antes, achava que o mercado em São Paulo era mais fácil, porém encontrou as mesmas dificuldades ao comprar as ferramentas.
Tem que ter muita garra e bom humor para se manter e produzir. O Rodrigo vai além e cria peças personalizadas e diferentes que envolvem música e arte no geral.